Rescaldos...
Marcenaria

Rescaldos...


Alem dos Jogos Olimpicos, principais 'culpados' do meu afastamento das lides com marcenaria, influenciaram ainda as condicoes metereologicas (para variar, hehe) e uma serie de coisas que acabaram demandando esforcos fisicos no limite da capacidade de meu cadaver ja quase obsoleto...

Uma dessas atividades extenuantes foi a necessidade de trocar uma coluna na minha varanda, corroida por podridao na interface com o solo. (Se voces acham que isso nao e' extenuante, experimentem manejar uns 20X20 com >3 metros, hehe.) Depois de muito suador e um cansaco de encompridar o sono por par de dias, a coluna foi trocada. No entanto sobraram um retalho grande de ipe da coluna nova e, claro, a coluna velha, de eucalipto vermelho. Ocorreu-me entao usar essas madeiras para construir uma bancada para o meu torninho novo, aproveitar o consideravel peso dos lenhos para obter uma base bem estavel e, ergonomicamente, acertar a altura para o uso da maquina.

A primeira parte foi relativamente facil: serrar um pedaco de 75cm do retalho do 20X20 de ipe, para ser o tampo da bancada. Entao, utilizando o proprio torninho como gabarito, marcar e furar os pontos de fixacao.

Ahi, surgiu a primeira duvida: como fixar?, ja que o uso de parafusos em ipe e' famosamente problematico. Ao inves de tentar lutar contra a extrema dureza do lenho, resolvi tirar proveito dela, tratando-a como metal: utilizando um macho, abri rosca para parafusos de maquina. Funcionou tribem!

O proximo passo foi utilizar o resto do ipe, uns ~60cm de comprimento, para fazer os pes para a bancada, desdobrando o 20X20 em dois 10X20. Obviamente, a ferramenta indicada para isso seria uma serra de fita, mas na minha serra a boca tem so 18cm. Nao cabe. Depois de muito matutar, terminei por fazer o desdobre marcando inicialmente os cortes em todo o perimetro ate alguns centimetros de profundidade utilizando uma ryoba (serra manual japonesa) e entao, utilizando esses rasgos como guias, terminar o processo com uma serra sabre. Nada, nada facil.

Reaproveitando a lamina quebrada


No processo, acabei incluive tendo de substituir a lamina da minha ryoba; a lamina velha quebrou. Mas, ao final do dia, estava com o tampo e os pes da bancada cortados e com duas ryoba — que tratei de reaproveitar lamina quebrada, hehe.


As pecas restaram todas sem acabamento e necessitando acertos nas superficies e dimensoes, mas foi o  fazer de um dia. Pouco? Para um profissional tarimbado, provavelmente sim. Para um marceneiro em casa alquebrado, foi o que deu, hehe.


Mas sim. Havera outro dia, havera outros dias...





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