Leituras e curiosidade furiosa
Marcenaria

Leituras e curiosidade furiosa


Entre tantas, inumeraveis outras coisas que surgem para fazer quando e' tempo de ferias, no que tange `a marcenaria estou lendo James Krenov, dando manutencao ao que precisa de manutencao na 'oficina' e dando uma limpada geral no ambiente.

Quanto ao "gnomo russo", o "cara que plainava tudo" — algumas das alcunhas com que presentearam Mr. Krenov, nao sem alguma maldade — tinha uma particular filosofia pessoal, e uma particular filosofia de trabalho, e e' sobre isso que escreveu nos livros que estou lendo. Sobre algumas coisas eu ja tinha conhecimento por outras leituras e audicoes, mas o que mais me surprendeu foi o velho mestre nao desdenhava de utilizar ferramentas motorizadas e, como todo marceneiro 'das antigas' que jamais conheci ou ouvi mencionar, tinha uma especial afeicao pela serra de fita...

Mas mais que tudo, pelo menos ate agora, as leituras serviram mesmo foi para me estimular a dar uma 'roubada' nas chamadas boas praticas e ceder outra vez `a minha famigerada curiosidade: apesar de sabe-las mais umidas do que o recomendavel, resolvi dar uma brincada com as novas madeiras que adquiri, hehe.


Aproveitando (ou usando como desculpa esfarrapada) o fato de o clima ter estado, estar e prometer continuar muito umido, a umidade relativa do ar raramente abaixo de 95%, resolvi cortar uns pedacos das extremidades 'piores' das pranchas de marfim-rana e jequitiba para tirar-lhes a temperatura, digamos assim.

Comecei entao por passar os pedacos nas plainas, desempeno e desengrosso, e na serra de bancada, para aparelha-los em quatro faces retas. E ahi, aproveitei para melhorar meu treino na que Mr. Krenov afirma ser a mais importante funcao da serra fita: desdobrei os pedacos em pranchas mais finas e coloquei-as tabicadas. (Assim desse jeito a superficie dobra a cada desdobre e a espessura se reduz, o que propicia consideravel aceleracao na secagem; e o clima umido em tese evita que essa aceleracao produza maiores traumas — pelo menos sao as consideracoes ou, talvez melhor, racionalizacoes, hehehe.) E, ja que estava mesmo na funcao de desdobrar, aproveitei a setagem da serra e fatiei uns restos de imbuia.

Falar em restos, encontrei um resto de catuaba guardado ha anos, sobra de quando eu andava fazendo caixas, mais um retalho de cedro rosa, sobra dos armarios, e resolvi fazer um painel:


E para que tudo isso?

Sinceramente, ainda nao sei bem.

Quando souber, prometo que venho e conto...




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