Cade minha juventude?
Marcenaria

Cade minha juventude?


Se alguem nao sabe, fique sabendo o inverno chegou com forca aqui pelo portinho. Com forca, eu disse...

Ocupado com umas coisas que nao vem ao caso, ontem afinal achei tempo para revisitar a 'oficina' e decidi voltar a atacar o bloco de segmentos de itauba que, como relatei em postagem anterior, eu havia sepultado com as aranhas.

Naquela ocasiao, quando tinha tentado tornea-lo tive problemas com a velocidade do meu torno: Se utilizasse o sistema de regulagem de velocidade para girar o bloco de quase cinco quilos em baixa rotacao, ficava sem torque suficiente para os formoes conseguirem corta-lo. Rotacao mais alta com um bloco tao pesado e desbalanceado iniciava trepidacoes ameacadoras.

Obviamente o sistema de controle de velocidade do torno, baseado em polias com diametros variaveis, necessitava ser ajustado para operar em baixa rotacao com torque mas, ocupado com o projeto que se tornaria a Arte moderna um tanto abstrata, resolvi deixar para outra oportunidade. A oportunidade chegou ontem e, com frio e tudo, acabei por obter um ajuste aceitavel na relacao velocidade/torque.

Acordei hoje cedito cheio de vontade e, o sol clareando a leste mas ainda escondido, parafusei o bloco de itauba outra vez na placa de face, engatei no torno e comecei os giros...

Falei que o inverno chegou, forte?

Falei que esta fazendo frio, muito frio, especialmente de manha cedinho, temperatura abaixo de 5°C? Nao, nao falei. E naquela hora tao entusiasmado estava com a coisa afinal funcionando, mergulhado na chuva e no cheiro maravilhoso dos estilhacos de itauba que nem me importava o frio.

Quer dizer... Nao me importava conscientemente, mas o corpo velho de muitas decadas se importava sim. E muito! Voces sabem que a minha 'oficina' so tem duas paredes e imagino voces sabem que um troco daquele tamanho girando a 700-800 rpm faz um ventinho. O ventinho toca o ar — a menos de 5°C — direto na mao que esta ali atras do suporte de ferramenta segurando o formao. Daqui a pouco os dedos comecaram a ficar meio insensiveis, meio anestesiados... Nao tem importancia, oras! A peca esta tomando forma, ta tudo funcionando tao bem, tudo esta tao bom... So que daqui a pouco os dedos, de insensiveis, anestesiados, comecaram a doer! Nao uma dorzinha de agulhadas, nao. Uma dor de alicate, apertando.

Resolvi dar uma paradinha, para esquentar as maos. Nada! A dor aumentando. Resumindo, fui esquentar as maos com um secador de cabelos, mas tambem nao resolveu; a dor deu uma amainada mas continuava. Acabei, ve se pode, tendo de fazer um escalda-maos com agua morna e deixar as maos de molho por uns bons minutos ate a coisa aliviar. Eu que, guri, adorava quebrar geada com os pes descalcos...

Mas fazer o que? Conformar-se, claro. Tomei um chicrao de cafe bem quente com uma colher de sopa de chocolate. O sol ja brilhava bem quando voltei para tornear. De luvas, tsc, tsc, tsc.

Mas afinal consegui fazer a moldagem basica externa do bloco e endireitar bem a base para colar o fundo.

Esta nos grampos. Com esse frio, vou deixar a resina epoxi colar por 48 horas antes de retorna-lo aos giros. Mas sabado... Sabado tem mais, hehehe...





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